Décimo Mandamento: “Não cobiçar”

Décimo Mandamento: “Não cobiçar”

O Décimo Mandamento é como que um complemento do nono, que se refere à concupiscência da carne. Ele proíbe a cobiça dos bens dos outros, que é a causa de roubos, corrupção, fraudes, discórdias, brigas e até mortes.

Jesus disse que “onde está o teu tesouro, aí estará também teu coração” (Mt 6,21). Se o teu tesouro são os bens materiais, pode ser que você só pense nisso, só fale nisso e só viva em função disso. Muitos infelizmente são assim; por isso o Décimo Mandamento proíbe a ambição desregrada, nascida da paixão imoderada das riquezas e de seu poder. Isto gera a inveja que é um dos piores “pecados capitais”. A inveja é a tristeza sentida diante do bem do outro e o desejo imoderado de dele se apropriar. O cristão deve combater a inveja pela benevolência, pela humildade e pelo abandono nas mãos da Providência divinadesejo.

A inveja pode levar às piores ações. E pela inveja do demônio que a morte entrou no mundo (Sab 2,24). Santo Agostinho via na inveja “o pecado diabólico por excelência”. “Da inveja nascem o ódio, a maledicência, a calúnia, a alegria causada pela desgraça do próximo e o desprazer causado por sua prosperidade”.

A “concupiscência dos olhos” (1 Jo 2,16) leva à violência e à injustiça, proibidas pelo quinto Mandamento. Os cristãos “crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências” (Gl 5,24); são conduzidos pelo Espírito e seguem os desejos dele.

O décimo mandamento proíbe a sede imoderada das riquezas e de seu poder. Proíbe ainda o desejo de cometer uma injustiça pela qual se prejudicaria o próximo em seus bens temporais.

Quando o Mandamento nos diz: “Não cobiçarás”, ordena-nos, em outros termos, que afastemos nossos desejos de tudo aquilo que não nos pertence. “Quem ama o dinheiro nunca se fartará, e aquele que ama a riqueza não tira dela proveito” (Ecl 5,9).

Não desrespeita o Mandamento quem deseja obter coisas que pertencem ao próximo, contanto que seja por meios justos. É contra o

Mandamento os comerciantes que desejam a carestia ou os preços altos das mercadorias, que veem com pesar que não são os únicos a comprar e a vender, o que lhes permitiria vender mais caro e comprar ao preço mínimo; os que desejam que seus semelhantes fiquem na miséria, para tirarem lucro, quer vendendo para eles, quer comprando deles (…). Os médicos que desejam que haja doentes, e atitudes exploradoras do outro.

Fonte: Cléofas